Indicativo de que o número de casos no país está subindo é a média móvel, que é o número de novos casos de Covid-19 registrados num único dia. Ela se mantinha estável até 6 de novembro, quando voltou a subir

Assim como vem ocorrendo na Europa, o Brasil já estaria vivendo uma segunda onda da Covid-19. O alerta foi dado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP).

Em reportagem publicada nesta terça-feira (18) no jornal “Folha de S.Paulo”, eles alegam que a nova onda de contágios se baseia na evolução da taxa de reprodução do coronavírus no país, indicando que a pandemia voltou a crescer.

O cálculo da taxa é feito com base no aumento de novos casos e permite saber quantas pessoas são contaminadas por alguém infectado. Se estiver acima de 1, é um indicativo de que a pandemia está se expandindo.

A taxa está acima de 1 em 20 estados brasileiros – incluindo São Paulo – e no Distrito Federal, sendo que a situação mais crítica é no Paraná, onde está em 1,62.

Outro indicativo de que o número de casos no país está subindo é a média móvel, que é o número de novos casos de Covid-19 registrados num único dia. Ela se mantinha estável até 6 de novembro, quando voltou a subir.

Em 16 de novembro, ou seja, 10 dias depois, a média móvel ficou em 28.425 novos casos, alta de 208% no período.

‘Superespalhadores’

O infectologista Paulo Lotufo, professor da FMUSP, comparou a situação vivida pelo Brasil a um “avião arremetendo”, ao dizer que o Brasil vivia queda no número de casos (avião pousando) e que, agora, está subindo novamente (avião arremeteu).

Em entrevista, nesta manhã, à “Rádio CBN”, ele disse que “as medidas de relaxamento foram exageradas ou não foram cumpridas” pela sociedade. E fez um alerta: “A vacina vai demorar muito tempo para funcionar”.

Por essa razão, segundo ele, as pessoas devem usar máscara, evitar aglomerações e contato físico e higienizar as mãos, pois é efetivamente o que funciona até que a vacina seja aprovada e distribuída para o maior número possível de pessoas.

Lotufo também abordou um tema que vem sendo estudado pela ciência, que são os “superespalhadores”. “Três em cada 10 pessoas são capazes de transmitir o vírus para muita gente, mas ainda não sabemos por que isso ocorre”, disse, reforçando que a transmissibilidade do coronavírus é maior pelo ar (spray de salivas ou espirro).

‘Repique’

Também em entrevista na “Rádio CBN” nesta manhã, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, comentou que, um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde no último fim de semana em mil hospitais das redes pública, privada e santas casas mostrou crescimento de 18% no número de internações por Covid-19, um indicativo de que o estado pode estar vivendo um “repique” da doença.

Ele ainda conclamou a população a manter as regras de higiene e distanciamento social para conter novos casos, e comentou que, se ficar provado que realmente há uma nova onda da doença em São Paulo, medidas mais restritivas poderão ser impostas.

Quarentena

Na terça-feira (17), o governo do estado de São Paulo publicou decreto no qual estende para 16 de dezembro os efeitos da quarentena, o que significa que o estado permanecerá na Fase Amarela do Plano São Paulo (serviços funcionando de maneira restrita e com protocolos de segurança).

O programa deveria ter passado por uma avaliação no último dia 16, mas o governador João Doria Jr. adiou a revisão para o dia 30 de novembro, um dia após o segundo turno das eleições municipais.

Número de casos

Até esta manhã, o estado de São Paulo registrava 40.749 óbitos por Covid-19 e 1.178.075 casos confirmados. No Brasil, são quase 6 milhões de casos da doença e mais de 166 mil mortes.

Fonte: CUT

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