A Condsef aderiu fortemente à agenda de mobilizações da CUT e demais centrais na luta contra reforma da Previdência que prevê também demissão de servidor que pedir aposentadoria
As regras mais duras para concessão de benefícios previdenciários e o item que prevê a demissão do trabalhador e da trabalhadora de empresa estatal que se aposentar, estão motivando cada vez mais servidores a se organizar para lutar contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL). No Dia Nacional de Mobilização, Paralisações e Greves Contra a Reforma da Previdência, em 13 de agosto, mais de um milhão de servidores públicos e trabalhadores de estatais estarão nas ruas para defendera seus direitos.
Além da exigência da idade mínima – 65 anos homens e 62 mulheres -, 40 anos de contribuição para receber o benefício integral, redução dos valores da aposentadoria, das pensões por morte e por invalidez, a reforma ataca diretamente os trabalhadores e as trabalhadoras do serviço público.
No texto aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados há uma norma que encerra automaticamente o contrato de trabalho do servidor público e do trabalhador de estatal que se aposentar após a promulgação da reforma.
“Você acha que não ir ficar com os netos e dar milho às galinhas depois de se aposentar?”, questiona o Secretário-Geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo.
Ele mesmo responde: “Muitos que precisam retornar ao trabalho fazem isso porque precisam garantir uma vida digna para eles e suas famílias. Não é opção, é necessidade”.
Em nota divulgada no site nesta quarta-feira (24), a Condsef afirma que a regra que permite a demissão do empregado público colabora com o plano de privatizações e o esvaziamento do patrimônio público brasileiro.
De acordo com o documento, primeiro eles [o governo] desmontam a equipe responsável por tocar os trabalhos e cuidar dos equipamentos. Sem pessoal e sem concurso público, os serviços ficam abandonados. Aí entra o discurso do governo de que o ‘público’ não funciona, de que os servidores são incompetentes e de que é necessário privatizar.
“O mercado não é bobo. Se querem comprar é porque sabem que dá muito lucro, que deveria retornar para a população em forma de melhores condições de vida, mas com a privatização o dinheiro vai para o bolso de famílias milionárias”, denuncia o Secretário-Geral da Condsef, Sérgio Ronaldo.
Para o dirigente, esta reforma só tira direito do povo e não acaba com privilégio nenhum. “Não tem sentido dizer que temos privilégios, porque temos que cumprir responsabilidades”.
Os que são realmente privilegiados, fraudadores, sonegadores, militares, políticos e rentistas, estão sendo blindados nesta reforma e estão querendo tirar bilhões dos trabalhadores- Sérgio Ronaldo
Sérgio disse ainda que o jogo está sendo jogado e que a reforma ainda tem um percurso considerável até a aprovação final e, com isso, a ideia é derrotar o projeto com muita luta.
“Nós lutaremos para derrubar essa proposta. Ainda há tempo”, afirmou Sérgio, que completou: “A luta contra a reforma deve ser de todos e todas brasileiros porque nenhum escapa desta medida e só juntos conseguiremos sair vitoriosos desta batalha e mais preparado para continuar na luta para defender o direito do povo”.
Agenda de mobilizações
Até dia 05 de agosto – trabalho de base nos redutos dos parlamentares que estão em recesso.
Nos dias 5 e 6 de agosto – iremos recepcionar os deputados e as deputadas que votaram contra a classe trabalhadora com um boneco gigante em formato de rato, para fazer uma alusão aos deputados/ratos que estão roendo nossa previdência social.
Entre os dias 5 e 8 de agosto – Jornada de lutas nos aeroportos e no Congresso Nacional e os parlamentares de oposição vão lutar internamente dentro da casa.
13 de agosto: Dia Nacional de Mobilização, paralisações, greves e atos contra reforma da Previdência, por educação e empregos.
13 e 14 de agosto – Marcha das Margaridas em Brasília.
Fonte: CUT